Centenas de milhares de crianças iraquianas sofrem de diarréia e má nutrição. As crianças pequenas são as mais vulneráveis. (Foto: Anja Niedringhaus)
Cinco anos após a invasão dos Estados Unidos, milhões de iraquianos estão vivendo em uma situação desesperadora, sem acesso à água tratada, saneamento básico ou atendimento à saúde. A situação humanitária no Iraque hoje é uma das mais críticas do mundo, afirmam a Cruz Vermelha e a Anistia Internacional. Famílias iraquianas gastam até um terço de sua receita mensal de pouco mais de R$ 250 apenas para comprar água limpa. Dois em cada três iraquianos não têm acesso à água potável. Cerca de 8 milhões de iraquianos (quase um terço da população de 27 milhões de habitantes), precisam de ajuda humanitária para viver. Hospitais iraquianos têm falta de profissionais e medicamentos, possuindo apenas 30 mil leitos, menos da metade do 80 mil necessários. Centenas de milhares de crianças iraquianas sofrem de diarréia e má nutrição. As crianças pequenas são as mais vulneráveis..Milhares de pessoas foram mortas ou incapacitadas pela guerra e pela violência desencadeada pela mesma.
A situação dos direitos humanos também se agravou dramaticamente. Segundo a Anistia Internacional, prisões arbitrárias, detenções e torturas são comuns. O número de mortos desde o início da guerra não pára de crescer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até junho de 2006, 150 mil pessoas já tinham morrido. Somente naquele ano, foram 35 mil mortes. Enquanto isso, os EUA seguem repetindo que a situação no país “está melhorando”. Em visita ao Iraque, o vice-presidente dos EUA, Dick Chenney, disse que a ação no país foi um “esforço bem-sucedido” e que as melhorias são “fenomenais”. Segundo estudos independentes, só entre 2001 e 2003, Bush, Powell, Rumsfeld, Cheney, Condoleezza Rice e outros membros do governo norte-americano proferiram um total de 935 declarações falsas sobre a guerra no Iraque. E a imensa maioria dos meios de comunicação nem fala mais sobre o assunto.
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