quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A GRANDE IMPORTÂNCIAS DAS ALGAS



Como utilizamos as algas marinhas?

O uso mais óbvio é seu consumo direto como alimento. Quando frescas são consumidas em saladas ou acompanham outros pratos. Este uso é mais difundido no oriente, sendo especialmente diversificado e comum nas Filipinas e no Havaí, onde dezenas de espécies diferentes podem ser encontradas nas feiras e mercados. A alga mais importante para uso alimentício é uma alga vermelha do gênero Porphyra – conhecida internacionalmente pelo nome japonês de “nori” – por ser utilizada na preparação dos “suchis”, cada vez mais populares em todo o mundo. O uso de algas como vegetais marinhos, tradicional no oriente, gradualmente se expande nos países ocidentais, sendo da ordem de 8,6 milhões de toneladas, totalizando 5,3 bilhões de dólares/ano.
Talvez um dos efeitos mais benéficos das algas na alimentação humana, mais que seu conteúdo energético, seja no suprimento de micronutrientes. Alguns, como o iodo, têm grande importância metabólica e são escassos em alimentos de origem terrestre. Além de minerais essenciais ao nosso metabolismo as algas são importante fonte de vitaminas e proteínas. Seu conteúdo em gorduras é muito baixo comparado a vegetais terrestres ao passo que o conteúdo de carboidratos é alto, mas muitos deles não são assimilados por nosso organismo.
Há registros da utilização de macroalgas no Japão desde o século 4, e na China a partir do século 6. Dos séculos 17 a 19 algumas algas pardas de grande porte, como Ascophyllum, Fucus e Laminaria forneciam a matéria prima de onde se extraíam carbonatos de sódio e potássio. Até o início do século 20 foram utilizadas para a produção de iodo, amônia e acetona.
Preparos com base em algas têm sido usados há séculos na medicina. Algas pardas (Laminaria) são usadas no tratamento do bócio, devido ao alto teor de iodo. Outras têm sido usadas como vermífugo (Digenia) ou contra o escorbuto (Porphyra). Atualmente as pesquisas se voltam mais para a descoberta de compostos que tenham ação farmacológica, cosmecêutica e nutracêutica; a literatura científica registra inúmeros casos sobre a presença de substâncias bio-ativas isoladas de algas e que agem como antibióticos, antiviróticos, antimicóticos e antitumorígenos, embora estes produtos ainda não estejam sendo comercializados no momento. Apenas para ilustrar um caso recente, mencionamos aqui a griffithsina, proteína isolada de um gênero de alga vermelha (Griffithsia) com representantes no Brasil, que se mostrou um potente inibidor do vírus da AIDS (HIV) e que está em fase final de estudos para uso humano. Derivados de algas são hoje fundamentais no preparo de cosméticos como cremes e loções devido à presença de hidrocolóides com propriedades umectantes para uso em talasso e hidroterapia (pág.2).

Devido à alta concentração de sais minerais, que funcionam como micro-nutrientes, as algas são utilizadas também na pecuária, no enriquecimento de rações, e na agricultura, como fertilizante de alta qualidade. O uso de fertilizantes artificiais tem reflexos negativos no ambiente, principalmente relacionados à lixiviação destes compostos, enquanto que os fertilizantes à base de algas atuam na retenção de umidade e liberação gradual de micro-nutrientes. As algas calcárias têm sido usadas como corretivo em solos com pH ácido em vários países da Europa. A comercialização de fertilizantes à base de algas movimenta US$ 15-20 milhões por ano. No Brasil, o uso de algas como fertilizante é esporádico e artesanal. Extensos depósitos de algas calcárias na costa brasileira constituem atrativa fonte de calcário, fertilizantes e aditivo para rações. Sua exportação, entretanto, deve ser acompanhada de estudos para verificar o impacto ambiental que esta atividade pode ocasionar.
Dentre os produtos extraídos das algas os mais conhecidos e utilizados são os ficocolóides (fico, do grego = alga), isto é, colóides obtidos de algas. Embora diferentes tipos de colóides sejam obtidos de diferentes espécies de algas eles são agrupados em três grupos principais: as agaranas, mais conhecidas como ágar-ágar, ou ágar, as carragenanas e os alginatos. São carboidratos de elevado peso molecular formados por polímeros de monossacarídeos, os quais podem ser extraídos por água quente (agaranas e carragenanas) ou por tratamento com carbonato de sódio (alginatos).
São compostos por uma substância não-cristalina que ao se dissolver na água produz uma solução viscosa a qual, em certas condições (abaixamento de temperatura ou adição de íons), gelifica e produz uma “gelatina”.
Os colóides de algas são especialmente utilizados na indústria alimentícia por suas propriedades como estabilizantes, gelificantes, suspensores, aglutinantes, emulsificantes e clarificantes, melhorando a aparência e textura dos produtos alimentícios e aumentando sua palatabilidade.
Atualmente o setor consome cerca de 1,3 milhões de toneladas de algas frescas, gerando um valor de de 650 milhões de dólares por ano. O consumo de ficocolóides se expandiu rapidamente após a 2ª. Guerra Mundial, e continua a crescer cerca de 5% ao ano.
Tanto os ágares como as carragenanas são polímeros de galactanas sulfatadas, com composição variável, ambos extraídos de algas vermelhas por cozimento. O ágar já é conhecido no Japão desde o século 17. É um componente ideal para ser adicionado a muitos tipos de alimentos por ser incolor, inodoro e insípido, não alterando a cor nem o sabor dos alimentos. Além disto não é digerido pelo homem, sendo portanto não calórico. Ágares são utilizados em muitos tipos de doces e bolos como estabilizadores e para aumentar a viscosidade de recheios em produtos de padarias; são também muito populares para a fabricação de balas, gomas, cremes, bom-bons, merengues, etc.
Ágares são também adicionados a produtos enlatados, especialmente carnes e peixes, sendo preferíveis em lugar da gelatina animal porque podem ser esterilizados em temperaturas mais altas.
Na indústria de laticínios são utilizados no preparo de queijos e iogurtes. Na indústria farmacêutica são utilizados como um laxante suave. Na área biotecnológica são fundamentais no preparo de meios de cultura para diversos tipos de microrganismos, inclusive os produtores de antibióticos, cultivo e clonagem de plantas, especialmente orquídeas, através da técnica de cultivo de tecidos e micropropagação. O mercado de ágares é de cerca de 7-8 mil toneladas/ano (ca. 140 milhões de dólares).(pág.3).
Do ágar se extrai uma fração apolar, a agarose. É um polímero de excelentes propriedades gelificantes e de baixa carga elétrica, ideal para uso em eletroforese e para a separação de fragmentos de DNA. O custo varia com o tipo de agarose e é da ordem de US$ 1.000-5.000/kg.


As carragenanas têm propriedades semelhantes à do ágar, podendo substituí-lo em muitas usos.
A origem do nome remonta ao uso de uma planta marinha conhecida como “Irish moss” (musgo da Irlanda), na realidade uma alga vermelha, o Chondrus crispus, que era utilizada há mais de 600
anos em Carraghen, vila no sul da Irlanda, de onde se originou o nome da substância hoje conhecida como carragenana. A alga era cozida com leite para formar uma espécie de flan. Algo similar
acontecia na Bretanha e Normandia em épocas remotas, onde o produto era conhecido como “lichen” (uma mistura de Chondrus crispus e Mastocarpus stellatus) e do qual se preparava o “goémon blanc” ou “blanc-mange”. O produto só passou a ser produzido industrialmente após a Segunda Guerra Mundial. Hoje, as carragenanas são produzidas em vários países, inclusive no Brasil, sendo extraídas de diferentes espécies de algas vermelhas. Além dos usos referidos, o agar é utilizado em larga escala na preparação de pasta de dentes e de hambúrgueres, como aglutinante. A produção estimada de carragenanas em 2002 era de cerca de 60 mil toneladas, a um valor aproximado de 300 milhões de dólares.
Os alginatos são sais de ácido algínico. Estão presentes em todas as algas pardas, mas em geral são extraídos apenas daquelas de maior porte, como as chamadas popularmente de kelps em inglês.
Formam polímeros de grande cadeia composta por diferentes combinações de ácidos Dmanurônico (M) e L-gulurônico (G). Os alginatos de sódio e potássio são solúveis em água e os de metais com valência superior a 1 são insolúveis, bem como a forma ácida. A extração se baseia em triturar a alga em uma solução de carbonato de sódio, transformando os diferentes sais em alginato
de sódio que se incorpora à solução e pode ser floculado com um álcool, ou precipitado com cloreto de cálcio (alginato de cálcio) ou ácido clorídrico (ácido algínico).
Os alginatos são utilizados em muitas aplicações nas indústrias alimentícia, farmacêutica e de borracha, tintas e tecidos. Entram no preparo de vários alimentos modernos, os “fabricated foods” como agente aglutinador. Devido à propriedade que os alginatos solúveis têm de formarem vesículas instantaneamente ao serem gotejados em uma solução de cloreto de cálcio são utilizados em biotecnologia como encapsuladores de sementes pequenas, células, organelas e enzimas. A produção mundial é da ordem de 170 mil toneladas com valor de 213 milhões de dólares/ano. (pág.4).



As algas como fonte de biocombustível

A mobilidade do homem se tornou uma aspiração geral e cresce em todo o mundo, o que nos torna cada vez mais dependentes de combustíveis líquidos. A poluição resultante da queima destes combustíveis levou a um processo de conscientização do impacto deste consumo em escala planetária. A resposta mais imediata para minorar este impacto tem sido o desenvolvimento de biocombustíveis, setor em que o Brasil ocupa uma posição de liderança mundial, por ser uma forma renovável de produção de energia e, portanto, menos impactante.
De uma forma geral qualquer biomassa fermentável pode produzir combustíveis líquidos, como o etanol ou o biodiesel, ou gasoso, como o metano. As algas não são exceção. Mas, por que utilizar algas para a produção de combustíveis se outras fontes como a cana de açúcar vem dando resultado? (pág.5).
 Primeiro por serem mais eficientes na conversão de energia luminosa que as plantas terrestres devido à sua estrutura muito mais simples; segundo porque as algas podem ser cultivadas em meio líquido, inclusive em água salgada, não competindo assim com as lavouras tradicionais na ocupação de áreas agriculturáveis. Se é fato que as algas poderão ter um papel importante na produção de combustíveis renováveis, por outro não há razão para um otimismo excessivo porque há ainda muitos gargalos tecnológicos a serem suplantados antes que esta produção se torne competitiva. A ideia não é nova e desde meados do século passado se investe nisto. Em congressos recentes tem se discutido se o foco deve ser nas microalgas, mais adequadas para a produção de biodiesel e cultivadas em tanques e biorreatores, em terra, ou nas macroalgas, cultivadas no mar, para a produção de álcool ou metano. A viabilidade da produção de biocombustível a partir de uma determinada fonte depende do balanço entre uma série de fatores, dos quais o rendimento e facilidade de obtenção de biomassa são apenas dois deles. Além disto, a melhor fonte de biomassa e o melhor processo para obtenção de biocombustível varia de uma região para outra e o que funciona em um lugar pode não ser a melhor alternativa em outro. De qualquer modo, para viabilizar a

produção de biocombustíveis de algas há ainda um longo caminho a percorrer em pesquisa básica e aplicada e um considerável dispêndio de recursos antes que ela se torne economicamente competitiva.

Referência Bibliográfica: OLIVEIRA, E.C.; SILVA, B.N.T. & AMANCIO, C.E. Algas marinhas: das origens ao futuro. Scientific American Brasil, Especial Oceanos, v. 2, p. 70 - 77, 14 jul. 2009.




quarta-feira, 12 de setembro de 2012

BOTÂNICA


Por favor leiam as páginas que irei indicar, está relacionado com algas.

 
 
 Ler somente as páginas 19 a 21 (slides de 26 a 28), porque não foi possível especificar e separar estas páginas de toda apostila.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

RIO + 20: Tema do ENEM e Vestibulares

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009.
O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.
Os candidatos a uma vaga nas principais universidades do país devem ficar atentos. Questões relacionadas ao tema podem aparecer nas provas dos vestibulares e do Enem. Prova disso é que no vestibular de inverno da Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp) caíram duas questões sobre meio-ambiente. Uma falava inclusive sobre o novo código florestal e a outra sobre matas ciliares.

Considerando-se que o Enem tem uma prova marcada por assuntos relacionados ao desenvolvimento sustentável, meio ambiente e ecologia, vale a pena ficar ligado.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

RIO +20

  RIO+20



       O QUE É?



A Rio+20 é a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Mas o que de fato isso significa? É uma reunião da ONU com quase todos os países do mundo (mais de 190) para discutir como o mundo poderá crescer economicamente, tirar pessoas da pobreza e preservar o meio ambiente --tudo ao mesmo tempo. Para isso, são necessários novos meios que evitem as crises financeira e de empregos pela qual passamos atualmente. Foram escolhidos dois temas centrais: a economia verde, com um novo modelo de produção que degrade menos o meio ambiente, e a governança internacional, que indicará estruturas para alcançar este futuro desejado.

A Rio+20 acontece no Rio de Janeiro, de 13 a 22 de junho. Ela é chamada assim porque vai dizer o que queremos para o futuro da humanidade, mas também marca os 20 anos da Rio92 ou ECO92. Esta é uma conferência símbolo no mundo todo pois trouxe a discussão sobre ambiente para o dia a dia das pessoas. Reciclagem de lixo, preocupação com poluição e desmatamento da Amazônia, incentivo para a economia de água são algumas atitudes comuns hoje que tiveram grande projeção nesta época.

As negociações oficiais e os mais de mil eventos paralelos irão reunir governos, empresas, ONGs, acadêmicos e movimentos sociais para identificar soluções e metas para enfrentar os desafios globais urgentes, como a falta de acesso a energia e água potável, oceanos esgotados, insegurança alimentar, as crescentes desigualdades e cidades em rápida expansão. Eles também decidirão formas de impulsionar a sustentabilidade corporativa, criação de empregos verdes, avançar o papel da ciência e inovação, fechar lacunas tecnológicas, gerar o financiamento necessário e melhorar mecanismos de cooperação internacional.

Histórico

A Rio+20 não é uma Conferência sobre ecologia ou ambiente, não serão discutidas as questões de clima, emissões de CO2 ou biodiversidade pontualmente, mas sim como o viés ambiental se encaixa no desenvolvimento social e econômico. Esta série de reuniões da ONU começou em 1972, em Estocolmo, e de lá até hoje foram 3 conferências, uma a cada 10 anos.

Na Suécia ocorreu a "Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano", a primeira vez em que se pensou o impacto do homem no planeta. Dez anos depois, em 1982, foi feita a "Carta Mundial da Natureza", que afirmava que “a humanidade é parte da natureza e depende do funcionamento ininterrupto dos sistemas naturais”. Aqui ainda não tinha sido criado o termo desenvolvimento sustentável.

A ECO92 também não levava o conceito no título, era a "Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento". Foi a partir de 92 que o ambiente foi estabelecido como pilar do desenvolvimento sustentável, ao lado do social e econômico. Também foi neste ano que a preocupação ganhou alcance mundial.

Já em 2002, os países se reuniram na "Convenção Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável", também chamada de Rio +10, em Joanesburgo, na África do Sul. O objetivo aqui foi acompanhar os avanços dos compromissos firmados em 1992.

O que é desenvolvimento sustentável?

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Esta definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.



ESPÉCIES MAIS "BIZARRAS".


   ACESSEM E CONHECEM UMA DAS ESPÉCIES CONSIDERADA "BIZARRA"

http://noticias.uol.com.br/ciencia/album/bbc/2012/05/31/instituto-cientifico-lista-dez-novas-especies-mais-bizarras.htm

domingo, 27 de maio de 2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

OS CINCOS REINOS.


1. Como surgiu a divisão dos seres vivos em cinco Reinos?

Não temos a pretensão de abordar o tema de forma exaustiva. Ao contrário, iremos apenas pincelar alguns pontos marcantes da trajetória do desenvolvimento das classificações biológicas.

Aristóteles, o pai da classificação biológica
O filósofo grego Aristóteles (384-322 AC) já classificava os organismos. Seus valiosos estudos são focados nos animais, que eram divididos primeiramente em organismos “com sangue” e “sem sangue”. Delimitou alguns grandes grupos como mamíferos, peixes, aves e insetos, e baleias. As baleias não eram relacionadas aos mamíferos, uma vez que a morfologia era um dos principais critérios adotados por Aristóteles. Ele acreditava que existia uma “escala natural”, na qual todos os organismos poderiam ser agrupados em ordem crescente de complexidade. Essa ideia hoje superada perdurou por muito tempo.


 
Legenda: Busto de Aristóteles.


Lineu, o pai da taxonomia moderna











 Legenda: (a) Representação de Lineu.
(b) Vista de Inverno do Jardim Botânico onde Lineu trabalhava (Uppsala, Suécia).
Autor: Suzana Ursi
Uma das figuras centrais na história da classificação biológica foi o naturalista sueco Carl von Linné, conhecido popularmente em nosso país como Lineu (1707-1778). Seu sistema de classificação abrangia todos os organismos e se baseava nas semelhanças entre eles. Toda a classificação taxonômica moderna utiliza os princípios básicos postulados por Lineu. Foi também o pai do sistema de nomenclatura que utilizamos na atualidade (gênero seguido de espécie). Apesar de todos os avanços propostos por Lineu, uma visão mais estática da natureza perdurou até o século XIX, quando o pensamento evolutivo se tornou foco das discussões biológicas em geral, bem como da taxonomia.

2. Como surgiu a divisão dos seres vivos em cinco Reinos?
Haeckel e a preocupação em representar a relação entre os organismos 

O estudioso alemão Ernst Haeckel (1834-1919) já propôs, em 1866, a figura de uma árvore para representar a relação existente entre três grandes grupos de seres vivos: os animais, as plantas e os proptistas. Essa classificação foi acrescida de um quarto reino, cujo propositor foi o norte-americano Herbert Faulkner Copeland (1902-1968): Monera, que abrigava todos os seres procariontes.
As classificações de Haeckel e Copeland foram utilizadas como base para o clássico sistema de cinco reinos proposto por Whittaker (1969), ainda tão utilizado nos materiais didáticos (saberes escolares) para o Ensino Fundamental, mas considerado bastante ultrapassado segundo os saberes acadêmicos.


Whittaker e a famosa divisão em cinco reinos




Robert Harding Whittaker (1920–1980) é norte-americano e sua carreira científica foi dedicada principalmente à Ecologia Vegetal. No entanto, é mundialmente famoso por sua proposta de divisão dos organismos vivos em cinco reinos.




Legenda: Whittaker, postulante da divisão em Cinco Reinos, mais utilizada em materiais didáticos para o Ensino Básico.

Resumo do desenvolvimento da classificação biológica



3. Visão atual sobre a Classificação biológica: os três grandes Domínios
A possibilidade de sequenciar e comparar o DNA dos organismos teve enorme influência na classificação biológica a partir dos anos 70. O microbiologista norte-americano Carl Richard Woese utilizou o sequenciamento de um gene presente em todos os seres vivos (codifica para o RNA da subunidade pequena do ribossomo) para construir uma árvore filogenética universal, dividindo os seres vivos em três grandes grupos, denominados Domínios: dois constituídos por procariontes - Bacteria (eubactérias - “bactérias verdadeiras”) e Archaea(arqueobactérias - “bactérias primitivas”); e um agrupando todos os seres eucariontes, Eucária.

Legenda. Woese e sua árvore filogenética universal da vida, dividindo os seres vivos em três grandes domínios.



A partir da classificação de Woese, diversos estudos estão sendo desenvolvidos com o objetivo de investigar a relação entre os três domínios. Os estudos mais recentes indicam que as arqueobactérias e os eucariontes tiveram um ancestral comum, sendo evolutivamente mais próximos do que ambos são das eubactérias. Entretanto, como abordado na peça teatral de Machado de Assis “Lição de Botânica” (ao enfocar a discussão sobre o perianto das gramíneas), a ciência tem um caráter extremamente dinâmico, e esse cenário pode ser alterado em virtude de seu avanço.

4. Visão atual sobre a Classificação biológica: relações entre eucariontes
Um trabalho muito importante, que causou grande impacto na comunidade científica, foi publicado por Baldauf na revista Science em 2003. O autor apresenta uma hipótese, em forma de árvore filogenética, para a relação existente entre os principais grupos de eucariontes. Tal hipótese é apresentada na figura a seguir. Notem que alguns grupos não estão detalhados. Optamos por essa apresentação para facilitar sua interpretação, focada em alguns grupos mais conhecidos.

Legenda: Representação esquemática de filogenia de consenso dos eucariotos, baseada na árvore proposta por Baldauf em 2003. Retirado de Wanderley A. e Ayres L.M. Reconhecimento dos grandes grupos de plantas. In. SANTOS, D.Y.A.C.; CHOW, F. e FURLAN, C.M. (Orgs). A Botânica no cotidiano. 1ª. Ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2008. 124 p.



quinta-feira, 22 de março de 2012

DICAS DE BIOLOGIA

 São dicas de preparo em época de exames vestibulares.


 

 Por que deixar pra última hora? Se você, futuro vestibulando, pode começar agora!!!

  Pratique!!!


 Faltando pouco tempo para o exame, como se preparar? O que é ideal revisar em cada cada conteúdo?

 

 O ideal neste momento é revisar os pontos importantes, não se preocupando com coisas específicas. É importante não aumentar o nervosismo e pressão à essa altura. Além disso, treinar a leitura, uma vez que a prova apresenta questões com grandes enunciados, e a redação vale muito na nota final.


 

 O que revisar em Biologia?

- De Ecologia, revise cadeias alimentares, ecossistemas, troca de energia, reciclagem e efeitos do homem na natureza.

- Na parte de fisiologia humana, revise os processos de respiração, nutrição, digestão e obtenção de energia.

- Questões atuais sobre meio ambiente e aquecimento global também devem cair, assim como temas de evolução e seleção natural.

- Não deixe de olhar a parte referente à fotossíntese, bem como o ciclo do carbono.



 



 




 



 


 



 

 

 

 

sexta-feira, 16 de março de 2012

MORRE UM DOS MAIS PRESTIGIADOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS.

16/03/2012 - 15h12

Aziz Ab'Saber deixa obra completa em DVD e livro a ser publicado

Do UOL
Em São Paulo
Comentários 7

  • Professor Aziz Ab'Saber em foto da SBPCProfessor Aziz Ab'Saber em foto da SBPC
Aziz Ab’Saber, um dos mais prestigiados geógrafos brasileiros, morreu aos 87 anos nesta manhã. O professor entregou ontem (15) à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência um DVD com sua obra completa, de 1946 a 2010, em um DVD, "para ser entregue a amigos, colegas da Universidade e ao maior número de pessoas", informou a instituição. A SBPC ainda deve publicar o terceiro volume da coleção “Leituras Indispensáveis”, última obra de Ab'Saber.
O geógrafo é autor de estudos e teorias fundamentais para o conhecimento dos aspectos naturais do Brasil. Ele trabalhava atualmente no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP) e era presidente de honra e ex-presidente e conselheiro da SBPC.

Nascido em São Luís do Paraitinga, em 24 de outubro de 1924, Ab'Saber desenvolveu centenas de pesquisas e tratados de relevância internacional nas áreas de ecologia, biologia evolutiva, fitogeografia, geologia, arqueologia e geografia.
Em seu comunicado, a SBPC conta que um dia antes de morrer, o professor fez sua última visita à instituição. “Tenho o grande prazer de enviar para os amigos e colegas da Universidade o presente DVD que contém um conjunto de trabalhos geográficos e de planejamento elaborados entre 1946-2010. Tratando-se de estudos predominantemente geográficos, eu gostaria que tal DVD seja levado ao conhecimento dos especialistas em geografia física e humana da universidade”, diz Ab'Saber em sua dedicatória.
Ab'Saber deixou ainda sua última obra, o terceiro volume da coleção “Leituras Indispensáveis”, a ser publicado pela SBPC. O livro faz uma homenagem ao trabalho dos primeiros geógrafos no interior do Brasil, como José Veríssimo da Costa Pereira e Carlos Miguel, e às primeiras expedições de Candido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon (1865 a 1958). Contempla também trabalhos sobre à cidade de São Paulo.
Ab'Saber – que também foi professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP – recebeu diversas láureas, como o Prêmio Jabuti em ciências humanas (1997 e 2005), e em ciências exatas (2007); o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia (1999), concedido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia; a Medalha de Grão-Cruz em Ciências da Terra pela Academia Brasileira de Ciências; e o Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente (2001).
Grande ambientalista, em suas últimas declarações sobre o novo Código Florestal, o professor criticou o texto por não considerar o zoneamento físico e ecológico de todo o país, como a complexa região semi-árida dos sertões nordestinos, o cerrado brasileiro, os planaltos de araucárias, as pradarias mistas do Rio Grande do Sul, conhecidas como os pampas gaúchos, e o Pantanal mato-grossense. Na ocasião, ele chegou a defender a criação do Código da Biodiversidade para contemplar a preservação das espécies animais e vegetais.

(Com Jornal da Ciência e SBPC)

quinta-feira, 15 de março de 2012

DESNUTRIÇÃO

SITUAÇÃO NO IRAQUE É DESESPERADORA

 Centenas de milhares de crianças iraquianas sofrem de diarréia e má nutrição. As crianças pequenas são as mais vulneráveis. (Foto: Anja Niedringhaus)
Cinco anos após a invasão dos Estados Unidos, milhões de iraquianos estão vivendo em uma situação desesperadora, sem acesso à água tratada, saneamento básico ou atendimento à saúde. A situação humanitária no Iraque hoje é uma das mais críticas do mundo, afirmam a Cruz Vermelha e a Anistia Internacional. Famílias iraquianas gastam até um terço de sua receita mensal de pouco mais de R$ 250 apenas para comprar água limpa. Dois em cada três iraquianos não têm acesso à água potável. Cerca de 8 milhões de iraquianos (quase um terço da população de 27 milhões de habitantes), precisam de ajuda humanitária para viver. Hospitais iraquianos têm falta de profissionais e medicamentos, possuindo apenas 30 mil leitos, menos da metade do 80 mil necessários. Centenas de milhares de crianças iraquianas sofrem de diarréia e má nutrição. As crianças pequenas são as mais vulneráveis..Milhares de pessoas foram mortas ou incapacitadas pela guerra e pela violência desencadeada pela mesma.

A situação dos direitos humanos também se agravou dramaticamente. Segundo a Anistia Internacional, prisões arbitrárias, detenções e torturas são comuns. O número de mortos desde o início da guerra não pára de crescer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até junho de 2006, 150 mil pessoas já tinham morrido. Somente naquele ano, foram 35 mil mortes. Enquanto isso, os EUA seguem repetindo que a situação no país “está melhorando”. Em visita ao Iraque, o vice-presidente dos EUA, Dick Chenney, disse que a ação no país foi um “esforço bem-sucedido” e que as melhorias são “fenomenais”. Segundo estudos independentes, só entre 2001 e 2003, Bush, Powell, Rumsfeld, Cheney, Condoleezza Rice e outros membros do governo norte-americano proferiram um total de 935 declarações falsas sobre a guerra no Iraque. E a imensa maioria dos meios de comunicação nem fala mais sobre o assunto.